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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Por que abandonar um livro?


É claro que sei que cada um tem seus motivos para abandonar um livro, e que alguns também relutam em fazê-lo, mas isso é coisa que aprendi a fazer sem remorsos. Li, com acerto, que nosso tempo, para ler tudo o que queremos, é curto; assim, não se deve hesitar em abandonar uma leitura que não te dá prazer.

Para mim, é por isso que abandono um livro: quando ele não me dá prazer. Não estou falando da história ser fraca ou a escrita ser pobre; estou falando, simplesmente, de não se deliciar com a leitura, com a literatura. Isso às vezes se dá por um ou outro desses motivos citados, mas às vezes por outros diversos. Abandonei Novelas exemplares do Cervantes não por causa do estilo, mas por não gostar das histórias relatadas; abandonei Linha do tempo do Crichton porque não gostei do estilo apesar de a trama ser legal, mas a obra mais recente da qual desisti... Infelizmente dá até desgosto, e estou falando dos Fios de prata do Raphael Draccon.

Por que "infelizmente"? Porque, sinceramente — e não sei isso aconteceu se por causa da fama e do prestígio do autor —, foi uma obra que — até onde eu li, devo admitir —, em minha opinião, careceu de revisão. Parece-me que faltou alguém que dissesse: isso está mal escrito; isso não faz sentido; esse efeito foi repetido muitas vezes em páginas seguidas; a pontuação dessa frase está errada/malfeita/esdrúxula. Não é porque o cara é famoso que não pode ouvir esse tipo de coisa, e, nessa obra em questão, parece que foi isso o que aconteceu. A ideia, como já foi exaustivamente discutido na internet, é boa, é interessante, mas a execução, me parece, necessitou de um desenvolvimento e de uma revisão mais cuidadosos. Muito mais cuidadosos. Isso é o tipo de coisa que — creio — acaba por atrapalhar o status a que a literatura fantástica ascendeu; quando um autor que já publicou, com boas vendas, quatro livros, três de uma saga da qual já li o primeiro e gostei muito e um outro que também li e gostei, com algumas ressalvas, quando esse autor publica um quinto livro — ao que me parece — apenas com a força de seu nome... Pode ser que eu esteja sendo injusto, mas não creio que esse texto teria passado pelo crivo das editoras se tivesse um outro nome, sem tipologia própria, em sua capa, ali, perto do título.

É só o que eu acho, e por ser isso mesmo, o que eu acho, que eu abandonei essa leitura. Acredito que a trama possa mesmo ser boa, mas não acredito que mereça — por causa de tantos erros — ter meu tempo em detrimento de outros escritores muito mais cuidadosos, nacionais inclusive, que aguardam em minha estante. E, mais uma vez, vale lembrar, abandonei Michael Crichton pelo mesmíssimo motivo — e ainda bem que minha opinião não vale de nada para o autor, que tem uma base já bem estabelecida de fãs, assim como o estadunidense.


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